quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Remember...


Carta aberta...

Um dia de faxina qualquer... E foi revirando as coisas do meu quarto que eu te achei, depois de quase exatos dois anos. Sua 'maldita' lembrança! Tenho agora em mãos notas, bilhetes, cartas, fotos e um livro que eu já nem lembrava da existência (ganhei de você, lembra?). Tenso.
Me recordo bem o motivo pelo qual deixei de lê-lo (livro): automaticamente você sempre me vinha à memória. E naquela época isso me deixava nostálgica (para não dizer depressiva). 
Por coincidência a mesma coisa aconteceu quando eu fui à locadora outro dia desses aí... (é, eu ainda sou dessas que adora ir à locadoras e me sentir, praticamente, dentro de Hollywood. Nada de tevê a cabo). Me deparei com a mesma história (a do livro que nunca terminei de ler), agora em forma de DVD (Mais uma daquelas transformações idiotas que quase nunca dão certo: livros que originam longa-metragens).
Seria isso uma perseguição? Eu hein... Mas lá mesmo ele ficou. Na prateleira. Intacto (por mim).

... E eu logo mudaria de opinião. Com relação ao filme, ao livro e principalmente ao fato de que coincidências realmente existem e o tempo (Ahh, o tempo), este nunca falha.

Pois bem... É impressionante como o tempo tem o poder de mudar certas coisas (momentos, pessoas, sentimentos...), e preservar também. Como ele transforma ódio em amor; mágoas e dores em esquecimento; como ele preserva momentos lindos já vividos num passado que de tão bom, nunca caiu no esquecimento. É isso que sinto hoje, querido. Diferentemente de tempos atrás, em que eu fazia das suas 'lembranças', das nossas lembranças, um mero acaso. 
Queria que soubesse que hoje criei coragem. Trouxe para casa o tal filme intacto (por mim) da prateleira da locadora. Assisti. E contradizendo a minha opinião sobre livros que originam filmes, eu digo com todas as letras: "Que história linda! Filme perfeito!". Já valeu a pena mesmo ainda não tendo terminado de ler o livro.
O tempo mudou muita coisa em mim. Outras nem tanto. Continuo atrapalhada, qualquer coisa me faz sorrir por mais simples que seja, sempre deixo as coisas pra 'última hora', ainda me atrapalho pra abrir embalagens, descobri que amo o português, ainda quero ir ao Canadá, ainda sonho em ter um casal de filhos, já sei dirigir, continuo com a mania de beber muita coca-cola... Enfim, muitas coisas.
Em especial uma: voltei a ler o livro que você me deu. E deixo aqui um dos trechos lindos que ele possui:

"Um cão não se importa se você é rico ou pobre... Dê a ele o seu coração e terá o dele. De quantas pessoas você pode dizer isso? Quantas pessoas o fazem sentir-se único, puro e especial? Quantas pessoas o fazem sentir-se extraordinário?"


Beijos 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mundo particular



Acabo de parar o tempo. São 16:39. Muita chuva e frio. Nada de horário de verão. Aliás, esse negócio de horário de verão dá impressão de uma vida falsa. Chato isso. 
Estou sozinha. Literalmente e todos os outros sentidos que essa palavra possa possuir. E a sensação que isso dá é que posso fazer o que eu quiser que ninguém se importará. Falar, gritar, cantar, chorar, sorrir, pensar, lembrar, fazer planos, sonhar... O meu mundo. Particular. Eu mesma o criei. Pro meu próprio bem. E vou logo dizendo que estas não são características de uma pessoa depressiva, que adora a solidão. Pelo contrário.
Você não tem seu mundo particular? Hum... se não tem isso é grave! O meu mundo tem me ajudado a descobrir quem eu sou de verdade, do que gosto, do que quero... Aprendi a me amar primeiro, me sinto dona de uma força capaz de destruir gigantes, deixei de ser menina e hoje sou mulher...
Junto a essas mudanças vieram importantes decisões. Decidi falar mais e continuar ouvindo bastante; Amar além dos meus limites (o próximo); Reforcei a certeza de não medir esforços pra continuar servindo a Deus; Ir atrás de pessoas que não dão a mínima pro que eu sinto, expresso e faço já não faz mais parte das minhas atitudes; Esperar em Deus o grande amor da minha vida, o futuro pai dos meus filhos (Não foi dessa vez que deixei de acreditar no amor e nos meus sonhos, ok!?); Decidi parar de sofrer  por quem não merece ("Cansei de encontrar saídas, vê você mudando de sonhos e mexer na minha vida. Não mudo mais os meus sonhos pra ficar na sua vida" - Ana Carolina).
Mundinho meu e que não abro mão. Falo o que penso e sinto. Escrevo sobre mim sem me importar com o que as pessoas vão pensar ou dizer. Pouco me importa. Não se assuste. Essa sou eu. E esse é o meu particular mundo. Prazer.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Antônimos

Aprender a pôr o SIM e o NÃO no lugar e tempo certos é tarefa árdua. São os antônimos mais presentes na vida de qualquer pessoa. Principalmente nos indecisos. Como eu, por exemplo!? Ou como você!?
É como naquele momento da partida, em que você pega o trem das 17:00 (no mesmo horário do nosso pôr-do-sol), e me diz um SIM, me convidando pra embarcar contigo naquela "loucura". Um 'sim' pra um amor sem regras, sem dependências. Sim para a liberdade, para o "desvendar" de um mundo inteiro ao teu lado, para manhãs com "Bom dia!" só nossos... Mas eu com a minha razão, meu medo e minha indecisão, te disse um Não! Não, porque eu ainda julgava tudo "aquilo" cedo demais pra nós dois; porque eu ainda tinha muitas coisas à serem conquistadas; tinha um futuro pra alcançar...

Me perdoa!?

Meu coração partia ao ver em teu olhar todas aquelas propostas de um futuro bom, arriscado - é verdade -, mas lindo, e não poder corresponder à altura. Na verdade, grande parte de mim queria pular naquele trem em movimento e, outra minúscula, me pedia pra ficar e ser sensato. 
(E teu olhar ficava cada vez mais distante do alcance do meu...)

Me perdoa por eu ser um covarde?!

Sei que vou arcar com as consequências pro resto da vida. Sei também que não tenho direito algum de te pedir pra esperar por mim. Afinal, a culpa disso tudo é minha.
Talvez eu realmente não te mereça. Talvez eu nunca tenha sido o suficiente pra você, querida. Talvez, todo o universo esteja com a razão: sou mesmo um covarde e você sempre foi "muita areia pro meu caminhão."

Me espera, por favor!?

Eu Te Amo! Mas é como se eu precisasse desvendar diversas coisas em mim e no mundo, antes de cair no infinito com você. Sei que é difícil, mas...

Me entende, por favor!?

Nós dois sempre fomos 'antônimos'. Você sempre foi mais o meu SIM e eu mais o seu NÃO. Me diz SIM?! Prometo que será o meu último pedido, querida!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tudo diferente

É engraçado, mas eu não consigo te olhar nos olhos. Logo eu que prezo tanto por isso. O pior é que essa minha reação à tua ação transmite muita coisa. E tu parece entender todas as respostas que eu solto sem querer, porque insiste em me fulminar com esse teu olhar avassalador. Mas quer saber? Eu curto muito isso! Fazia um bom tempo que eu não me sentia assim, tão VIVA! E não é que os ‘outros’ estivessem com problemas visuais. Eu que não dava a importância necessária a eles. Mas contigo é diferente. Teu jeito, abraço, sorriso, como me tratas, como trata os outros a tua volta, as ‘mensagens’ subliminares que manda pra mim cheias de segundas, terceiras e quartas intenções, as mensagens na minha caixa de entrada...

Sabe quando a química, física, matemática e todas as demais matérias rolam? Pois é... Há um feedback intenso entre nós. E aquele trecho da música Tudo diferente da Maria Gadú? Pois é,  se encaixa perfeitamente a essa situação: “não sei, mas sinto uma força que embala tudo.”

Verdade seja dita: a gente se parece muito!

Todas aquelas vontades ressurgiram. Alguém pra chamar de “meu amor”, pra fazer cafuné, chorar junto, sorrir, alguém pra abraçar, brigar/reconciliar. Eu estou com vontade de fazer tudo isso contigo! E tu? Ah, eu sei que tu também! Eu sinto. Quando tu fala comigo num olhar, abraço, carinho... Decodifico todos os sinais emitidos perfeitamente.

Gosto de pensar que começo a gostar de pensar em você. Ainda na música da Maria Gadú, termino dizendo: “Todos os caminhos trilham pra gente se ver. Todas as trilhas caminham pra gente se achar, né?”

sábado, 7 de maio de 2011

Amar em silêncio



Existe uma canção que precisa ser cantada. Um grito que precisa ser dado. Um “Te Amo, porra!” que precisa ser explícito. Palavras têm vida dentro de mim, percorrem por todo meu corpo e chegam ao meu coração em disparada, mas morrem com tua indiferença, com a tua falta de ‘percepção’, com tua ausência de atitude, morrem quando você diz ‘como é bom te ter como amiga’...
“Amiga”? Eu quero mais que isso! Quero te oferecer mais que um ombro amigo, quero chorar contigo, rir, te chamar de ‘meu amor’, te fazer cafuné, ver o pôr-do-sol ao teu lado, dormir e acordar contigo, te abraçar, acariciar, brigar, reconciliar... Por que não entende isso? É tão difícil?

Que droga!

Vou precisar mesmo recorrer a declarações explícitas? Não vê que isso me expõe demais? Que é arriscado e me torna frágil? Que me torna mais insegura do que já sou!?
Por favor! Não torne as coisas mais difíceis do que elas já são... Eu te amo e sei que é recíproco. Mas ficar nesse jogo de fingimento, de aparências, nesse jogo que dói, que oprime não tá com nada. Ambas as partes só perdem. Não vê que basta uma palavra tua, um ato, gesto e tudo muda? Tão simples...

Os meus olhos te dizem: “Vem comigo, vem sem medo de se arrepender. Deixa o amor acontecer.” E os teus também. São transparentes.

Só sei dizer que estou a ponto de explodir com tudo isso aqui dentro. Que esse ‘jogo’ de amar e saber que é amado, mas que não há nada de concreto, sólido e palpável ‘nisso’ tudo me mata a cada dia. Amar em silêncio não é pra mim. Espero, sinceramente, que não seja pra você também.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Depois do fim



Ela amava ele. Ele amava ela. Era o que eles declaravam. Era o que transparecia. Era um amor nítido na forma em que se olhavam, que se tocavam, que falavam um do outro. Quem conhecia os dois só falava uma coisa: casal perfeito. Todos ansiavam em ter a mesma sorte que eles: o príncipe e a mulher dos sonhos.

Os dois juntos eram ricos em detalhes/qualidades. Ele admirava a forma como ela colocava a franja por detrás da orelha, era fã da covinha que aparecia no canto dos lábios a cada sorriso brilhante que ela dava, amava o jeito ‘todo educadinho’ com que ela se portava... Ela era louca pelo abraço dele, pelo jeito como coçava a barba mal feita, adorava quando ele dava uma de cavalheiro e abria a porta do carro pra ela entrar...

Aí, você deve tá se perguntando: “Nossa... e os defeitos?”

Bom, brigas eles tinham... como qualquer casal ‘normal’.  De uns tempos pra cá até rotineiras... Implicavam um com o outro por qualquer bobagem. Ela dizia que ele já não era mais o mesmo. Ele idem. Ele dizia que ela implicava muito com seus amigos. Ela resmungava. Ela cobrava atenção. Ele achava que dava... Quando isso tudo surgiu? Como? Bem, vai ver que foi o lance da rotina. Destruidora de lares. Que desgastou a magia, o amor, o relacionamento dos dois...

 E desgastou mesmo! O fim tão negado, mas já esperado pelos dois chegou. O chão faltou. Ela perdeu rapidamente diversos números em seu manequim, se isolou do mundo... Los Hermanos, John Kip, Cássia Eller, Djavan e Michael Bublé passaram a ser a trilha sonora de todos os seus dias. Em meio às lágrimas e soluços, sempre pegava o celular e discava o número gravado em sua mente há tanto tempo... Discava, discava, discava... até que um dia ligou. Ele? Rejeitou ela com todo um discurso pré-pronto de que não via mais como eles darem certo e blá, blá, blá... Jogava a culpa nela o tempo todo. Que foi ela que quis pôr um fim em tudo. Ele poderia até está sofrendo, mas fazia questão de não demonstrar. Era a tal da autodefesa.

Homens adoram que sofram por eles. Ainda mais quando têm a plena certeza de que lágrimas estão sendo derramadas pela sua ausência.

Agora ficam perguntas: como pode um relacionamento tão lindo ter um fim tão drástico? Por que o ‘depois do fim’ de relacionamentos sempre é assim: um com mágoa e rancor do outro? Tudo bem chegou ao fim... mas e tudo que viveram juntos não valeu de nada? A amizade não conta?


(Flávia)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Máquina do pensamento



“ Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja ruim” Ec 12:14

Já pensou se, assim de repente, o homem inventasse uma máquina capaz de ler o pensamento? Fico imaginando como seria a nossa reação diante de tal máquina, quanto poder uma pessoa não teria sobre as outras com este maquinário em mãos. A corrida para obter o domínio total desta nova invenção seria intensa, pois um novo comércio emergente e promissor renderia bastante lucro aos donos desta poderosa ferramenta.
Logo, logo alguém seria chantageado para que seus pensamentos não fossem expostos nos famosos sites de redes sociais como twitter, facebook, Orkut e tantos outros mais. Os novos aparelhos de celular e notebook já teriam embutido um software que converteria o pensamento em dados binários.
         Os políticos rapidamente encontrariam uma forma de se apoderar do novo dispositivo e o aplicaria nas suas manipulações demagógicas e arrebanhariam, então para si, as massas mais desfavorecidas. Os discursos rapidamente seriam readaptado no que, literalmente, pensavam seus ouvintes.
         Vendedores, arquitetos, desenvolvedores de softwares e web sites, engenheiros e uma gama de outros profissionais teriam a possibilidade de, em apenas um único encontro, vender seus produtos e ver a satisfação estampada nos sorrisos de seus clientes. Os senhores do Direito teriam uma grande lucratividade, haja vista que cada vez mais a privacidade deixaria de existir e as enxurradas de processos aumentariam numa proporção geométrica. Os julgamentos poderiam ganhar até mais agilidade, pois em apenas uma audiência se conheceriam os verdadeiros fatos.
         Contudo, haveria uma classe que se beneficiaria muito e evitaria tantos constrangimentos e problemas relacionais. A eterna batalha entre professor versus aluno finalmente poderiam entrar em acordo, em um senso comum. O que falar então das mulheres, essas perfeitas criaturas de Deus? Imagine como seria bem menos doloroso saber quem é e quais as reais intenções de seus pretendentes. Evitariam tantas lágrimas e corações partidos.
         Enfim, dentre tantas outras revoluções que esta poderosa máquina causaria, a maior delas seria, sem sombra de dúvidas, o fato de que todos nós seríamos reféns um dos outros. Os lobos escondidos sob a pele de cordeiros estariam expostos; os medos, frustrações e “pensamentos proibidos” seriam manchetes de jornais.
         Seríamos ao mesmo tempo vítimas e acusadores, vigilantes e vigiados, carcereiros e encarcerados daquilo que outrora era abstrato, mas agora concreto. Exatamente o que nos dava a idéia de sermos ímpares, devido à inatingibilidade, se tornaria a principal arma contra nossa própria espécie: o pensamento.
         Portanto, somente um tem o poder de compreender toda a complexidade e abstração que envolve o pensamento de cada ser humano e ainda assim isentar-se de preconceitos e acusações. Sim, este poder pertence somente a Deus, pois mesmo que o homem pudesse desenvolver esta máquina jamais poderia compreender as entrelinhas existentes em cada pensamento. Não teria a capacidade de unir o ponto de partida ao ponto final, uma vez que estaria alterando o curso de sua própria história. Exclusivamente Ele, por ser o início e o fim, o Soberano e Todo-Poderoso tem o poder de distinguir o que realmente está encoberto, quer seja bom quer seja ruim.

Por Jairo Nascimento

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A canção e O momento



Final de tarde sempre nos incita a revirar antiguidades históricas do baú. Pra ajudar ainda tem aquele programinha de rádio com baladinhas de amor inabaláveis que o vizinho sempre coloca às 17:00 horas. Esse vizinho... São canções do Paul, Scorpions, The fevers, Roberto... Essas são do tempo da minha mãe, é verdade. Mas tenho que agradecê-la por ter me feito ouvi-las desde pequena. Obrigada, Mãe! Mas tem também as do Jason, Roupa Nova, Calcanhoto, Caetano... Enfim, diversas... que marcam fases e momentos de nossas vidas. Alegres e tristes.

De todas as canções, uma marcou pra sempre. De todos os momentos, um foi mais que especial. A música era "Forever by your side - Manhattans". O momento: quando te conheci, quando te vi pela primeira vez. Tudo de repente. Nada programado. Era um fim de tarde de novembro. Troquei a programação de rádio do meu vizinho por um lindo por-do-sol na praia. Sentei perto do mar pra admirar aquela linda paisagem e  respirar a paz que aquele lugar transmitia. Tudo era favorável. Sem contar no programa de rádio do meu vizinho que até ali me perseguia... não sei de onde evocava aquele som... mas lembrei do meu vizinho!

Do nada, você surgiu. Sozinho. Que nem eu. Sentou-se à beira do mar há alguns metros de distância. Agora, éramos os dois vislumbrando o horizonte. E de algum lugar começou a tocar: "Forever by your side". E num estalar de dedos, sorrisos surgiram. Houve uma respiração profunda. E um sorriso tímido. De ambas as partes. E assim, olhares se fintaram. Momento perfeito. Propício. Mas nada aconteceu. Faltava uma coisa: proximidade. E ficou faltando.

Só me restaram o teu sorriso e teu olhar. Inesquecíveis. Tenho ido com frequência naquele lugar, sempre na mesma hora. Ouvindo sempre a mesma canção. Na tentativa de um segundo encontro. Uma hora eu sei que você aparece. Eu sei...

Não demora...


(Flávia)